quinta-feira, 20 de novembro de 2008

HISTÓRIA DA UMBANDA NA VOZ DE ZÉLIO DE MORAES

Caros Irmãos,

ouça a história da Umbanda na voz de Zélio..

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Podcast Especial com Zélio de Moraes
É com grande emoção que liberamos este Podcast especial com Zélio de Moraes.
Neste Podcast Zélio de Moraes, o criador da Umbanda no Brasil, com 80 anos de idade inspirado pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, conta como foi que criou a Umbanda no Brasil.
Esta fita foi gravada em 1971 por Lilian Ribeiro.
Uma palestra onde ele fala entre outras coisas: – Como começou a Umbanda no Brasil – Quem era o Caboclo das 7 Encruzilhas – Criação da primeira Tenda de Umbanda no Brasil – Criação das primeiras 7 Tendas – Criação da primeira Federação de Umbanda
e muito mais informações sobre a origem da Umbanda no Brasil.
Ouça o Ponto Cantado do Caboclo das 7 Encruzilhadas.
Esta fita original foi doada gentilmente por Lilian Ribeiro da TULEF e chegou até nós através de Mãe Maria de Omulu.
Vamos conhecer a história da Umbanda!

http://www.umbanda.brasilpodcast.net/audio/umbanda-2006-01-05-35690.mp3

(Click e ouça/baixe para seu PC)


fonte:http://blog.povodearuanda.com.br/?p=1011

Como surgiu a Umbanda?

Em fins de 1908, uma família tradicional de Neves, Rio de Janeiro, foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: o jovem Zélio Fernandino de Morais, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelar de forma alguma, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada, antes, lhe tivesse tolhido os movimentos.
Contava apenas 17 anos e destinava-se à carreira militar da Marinha.
A medicina não soube explicar o que tinha ocorrido.
Os tios, que eram padres católicos, foram colhidos de surpresa e nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência.
Um amigo da família sugeriu, então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por José de Souza, na época.
No dia 15 de novembro de 1908, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão, e o dirigente dos trabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.
Tomado por uma força estranha e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor", e retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa.
Essa atitude insólita causou quase um tumulto.
Restabelecida a corrente, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos e de índios ou caboclos, em diversos médiuns.
Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos, advertidos do seu estado de atraso espiritual.
Foi então que o jovem Zélio foi novamente dominado por uma força estranha, que fez com que ele falasse sem saber o que dizia. (De acordo com o depoimento do próprio Zélio à revista Seleções de Umbanda, em 1975).
Zélio ouvia apenas a própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos e por que eram considerados atrasados - se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na ultima encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio e desenvolvia uma argumentação segura.
Um dos médiuns videntes perguntou, afinal: "Por que o irmão fala nesses termos pretendendo que essa mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?" Respondeu Zélio, ainda tomado pela força misteriosa: "Se julgam atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa desse aparelho (o médium Zélio) para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados ou desencarnados.
E, se quiserem saber o meu nome , que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim." "Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?", perguntou com ironia o médium vidente; ao que o Caboclo das Sete Encruzilhadas respondeu: "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Zélio de Morais contou que no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte: "Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia o que se passava comigo.
Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta da mesa onde se praticava um trabalho para mim desconhecido.
Como poderia, aos 17 anos, organizar um culto? No entanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e porque dizia.
Era uma sensação estranha, uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento".
"E no dia seguinte, em casa de minha família, na rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada - 20 horas - já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos".
Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Declarou que se iniciava, naquele momento, um novo culto em que os espíritos de velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos de nossa terra poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica desse culto, que teria por base o Evangelho de Cristo e, como mestre supremo, Jesus.
Deu, também, o nome desse movimento que se iniciava; disse primeiro allabanda (ou um dos presentes assim anotou), mas, considerando que não soava bem a sua vibratória, substituiu-o por aumbanda, ou seja, umbanda, palavra de origem sânscrita, que se pode traduzir por "Deus ao nosso lado" ou "o lado de Deus".
Muito provavelmente ficou o nome umbanda, e não aumbanda, porque alguém anotou a palavra separadamente (a umbanda).
Sobre o assunto, diz Ramatis, no livro A Missão do Espiritismo: "A palavra AUM é de alta significação espiritual, consagrada pelos mestres; BANDHÃ, em sua expressão mística iniciática, significa movimento incessante, força centrípeta emanada do Criador.
A palavra AUMBANDHÃ, pronunciada na forma de um mantra, aproxima-se melhor da sonorização OMBANDA, sendo ajustada à doutrina de Umbanda, praticada no Brasil".
Voltemos ao relato de Zélio: "A casa de trabalhos espirituais, que no momento se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o Filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda e de conforto".
"Ditadas as bases do culto, o caboclo passou à parte prática dos trabalhos, curando enfermos.
Antes do final da sessão, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, que vinha completar as curas " .
Nos dias seguintes, verdadeira romaria se formou na casa de Zélio.
Enfermos vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cujas manifestações haviam sido consideradas como loucura, deixaram sanatórios e deram provas de suas excelentes qualidades mediúnicas.
Estava criada a Umbanda no Brasil.
Em 1935 estavam fundados os sete templos idealizados pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, coroando de êxito o que nos parece ter sido um dos movimentos, entre outros semelhantes e não registrados, mais importantes da criação da Umbanda no Brasil.
Zélio desencarnou em outubro de 1975, aos 84 anos de idade.
De seu trabalho resultou a Umbanda de hoje, que abrange cerca de 30 milhões de adeptos, segundo estimativas apresentadas no 2o Festival Mundial de Artes Negras, realizado em Lagos, na Nigéria, pelo professor René Ribeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que demonstrou que a Umbanda era a religião que mais crescia no Brasil.
O professor Ribeiro baseou-se em dados do IBGE.

Zélio Fernandino de Morais  Clique aqui para voltar ao menu !
Foto de propriedade do Jornal Umbanda Hoje -
Reproducao autorizada por Marco Valerio Pellizer - Edit
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Perguntas Frequentes

COMO SURGIU A RELIGIÃO BRASILEIRA?
Data:
15 de novembro de 1908.
Médium
: ZÉLIO FERNANDINO DE MORAIS, aos 17 anos de idade.
Patrono
: CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.
Local:
FEDERAÇÃO KARDECISTA DE NITERÓI.

POR QUE 15 DE NOVEMBRO É O “DIA NACIONAL DA UMBANDA”?
O Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda (C.O.N.D.U.) esclarece que, a data 15 de novembro foi proposta pelas Entidades Federativas do Rio de Janeiro na I Convenção Anual deste Conselho, da qual participaram 25 Federações, representando a maioria absoluta dos Estados, aprovando a escolha.

SUA LEI PRINCIPAL É RESUMIDA NUMA SÓ PALAVRA: CARIDADE
MÉDIUM UMBANDISTA!
Respeitando seus companheiros e o ambiente sagrado onde você trabalha, através de sua autenticidade, sinceridade, trabalho honesto, esforço e sacrifício, de seu amor fraterno aos irmãos necessitados, você cooperará pelo progresso e aperfeiçoamento de nossa religião, além de estar aprimorando o próprio caráter e elevando seu espírito de escala evolutiva, porque “FORA DA CARIDADE, NÃO HÁ SALVAÇÃO”.

QUAIS SÃO AS LEIS DA UMBANDA ?
São 10 os princípios básicos que regem a Umbanda:

1. Crença em um Deus único, onipotente, eterno, incriado, potência geradora de todo o Universo material e espiritual, adorado sob vários nomes.
2.
Crença em entidades superiores: Orixás, Anjos e Santos que chefiam falanges.
3.
Crença em guias, em planos médios, mensageiros dos Orixás, Anjos e Santos.
4.
Existência da alma e sua sobrevivência após a morte.
5.
Prática da caridade desinteressada, na busca de aliviar o Carma do médium.
6.
Lei do Livre-Arbítrio (da livre escolha), pela qual cada um escolhe fazer o bem ou o mal, e o ser humano afiniza com sua faixa vibratória e a do ambiente que o cerca.
7.
O ser humano é a síntese do Universo.
8.
Crença na existência de vida inteligente em todo o Universo, vivendo e habitando.
9.
Crença na reencarnação, na lei cármica de causa e efeito.
10.
Direito de liberdade de todos os seres.

O QUE É UM ORIXÁ?
São divindades africanas diretamente relacionadas às forças da natureza. Seriam as falanges específicas que trabalham especializadas em determinado meio, como mar, céus, plantas, etc. Um Orixá é um regente de uma das forças do mundo material, sempre abaixo de Oiorum, o Deus Supremo.Fala-se também, que seriam antigos governantes africanos tornados deuses após a morte.
Na África, há em torno de 600 Orixás. No Candomblé, 16. Na Umbanda, seis (mais Yorimá).

Quem somos

Somos uma entidade sem fins lucrativos e praticamos a caridade como dever social e exercício pleno da solidariedade e respeito ao próximo, baseado em Estatuto, Normas e Código de Ética Próprio.

Somos um grupo composto de 65 médiuns, e desenvolvemos em nossa comunidade:

1.Festa para Orixás, conforme calendário anual, com presença em média de 150 a 200 pessoas, conforme registro em livro;

2.Passes e consultas todas as quartas-feiras, com presença em média de 60 a 90 pessoas, conforme registro em livro;

3.Trabalhos às quintas-feiras e/ou sábados, conforme registro;

4.Mini-Biblioteca, composta por livros, romances espirituais, revistas, jornais, etc;

5.Grupo de Estudo sobre a Umbanda em geral, uma vez por mês;

6.Campanha de Ajuda aos Médiuns:

• Cestas Básicas,

• Chá de Bebê,

• Reforma de Imóveis,

• Hospedagem

7. Campanha para o Abrigo de Idosos de Irmão Gabriel;

8. Distribuição de preservativos, panfletos, informações e orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis;

9. Consulta Oftalmológica, Internamentos e Aviamento de Receitas Médicas;

10. Sopa ou Mingau (doação esporádica);

11. Quando possível, contribuição com flores, ornamentação e lembranças das Festas de outros terreiros;

12. Reunião Mediúnica, uma vez por mês;

13. Distribuição de mantimentos através do Programa Fome Zero;

Informações

Normas do Centro

1. Não será permitido o uso de shorts, mini-blusas, minissaias, roupas curtas ou cores escuras;
2. O horário de chegada será das 19:00 às 20:00h. Após este horário, só entrará com a permissão do Guia Espiritual da Casa (Senhor Ogum da Disciplina);
3. Para sair deverá ser pedida a permissão do Guia Espiritual da Casa (Senhor Ogum da Disciplina);
4. As crianças deverão estar acompanhadas de um responsável;

5. Após o início da reunião, a assistência deverá manter-se em silêncio e em oração;

6. Ao tomar o passe espiritual, devem ser retirados os pertences, tais como: óculos, passadeira, relógio, etc…

7. Os médiuns da casa e os médiuns visitantes que participarem do giro festivo deverão estar vestidos de branco, só podendo ser outra roupa com ordem do Senhor Ogum da Disciplina;
8. As pessoas deverão ir ao sanitário e/ou beber água até o início dos trabalhos. Após este horário não será permitido o trânsito de pessoas no salão;
9. As marcações de consultas são de responsabilidade de Dona Ivânia (as mesmas serão marcadas com antecedência);

UMBANDA

“Você que fala da Umbanda,
não sabe o que a Umbanda é,
a Umbanda é força divina,
a Umbanda é pra quem tem fé.

A Umbanda
é de Preto-Velho e de Caboclo de pé no chão”

Hino da Umbanda


Refletiu a Luz Divina,
Com todo seu esplendor;
Vem do Reino de Oxalá,
Onde há paz e amor;
Luz que refletiu na Terra,
Luz que refletiu no Mar;
Luz que veio de Aruanda,
Para tudo iluminar;

A Umbanda é paz e amor;
É um mundo cheio de Luz;
É força que nos da vida;
E a grandeza nos conduz;

Avante Filhos de fé, Como a nossa Lei não há; *Levando ao mundo inteiro,
A Bandeira de Oxalá*. (*bis)

Terreiros lançam a 4ª Caminhada do Povo de Santo em Salvador

Terreiros de Salvador e municípios do interior do estado já se mobilizam para a 4ª Caminhada do Povo de Santo - Pela Vida e Liberdade Religiosa, que este ano acontece no dia 23 de novembro (domingo). A programação de 2008 foi lançada nesta sexta-feira (19), no Memorial das Baianas, em Salvador, com a participação de lideranças de diversas Casas de Candomblé e da Umbanda, esta última que, este ano, completa 100 anos.

Como na edição anterior, a Caminhada será precedida de uma Sessão Pública na Assembléia Legislativa do Estado, no dia 20 de novembro. Na ocasião, serão apresentadas demandas dos inúmeros Terreiros na Bahia e dos adeptos de religiões de matriz africana, que, a cada ano, renovam as forças no combate à intolerância religiosa em uma luta ininterrupta pelo respeito à fé nos Orixás, Inkicis, Voduns, Caboclos e Encantados, afirmam os organizadores. Nos dias 21 e 22 de novembro, o II Seminário Pela Vida e Liberdade Religiosa reunirá representantes de outros estados, estudantes, artistas e religiosos de Salvador, além de autoridades do poder público na Bahia e no Brasil.

No dia 23 de novembro, será a vez da 4ª Caminhada do Povo de Santo, que sairá do Busto de Mãe Runhó (Engenho Velho da Federação), em direção ao Dique dos Orixás, onde os participantes tentarão formar o Abraço ao Dique, espaço considerado sagrado aos adeptos do Candomblé.

Em 2007, cerca de cinco mil pessoas formaram o chamado Tapete Branco do Axé na terceira edição da Caminhada, que contou com a participação de religiosos de 28 municípios baianos e estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão.

Fonte: Ìrohìn